terça-feira, 14 de junho de 2011

Redes Neurais permitem que robôs sintam Empatia



Com a ajuda de redes neurais, pesquisadores europeus estão desenvolvendo robôs que poderão sentir empatia, sintonizando-se com as emoções dos humanos com quem eles interagirem e reagindo de acordo com essas emoções.

Detectando emoções

Utilizando câmeras digitais e sensores, os robôs conseguem detectar diferentes parâmetros, como as expressões faciais, o tom de voz e a proximidade das pessoas ao seu redor. Seu programa de controle utiliza esses parâmetros para detectar quando a pessoa está zangada, feliz ou triste.

Tal como uma criança, os robôs conseguem aprender a partir da observação das emoções. Eles já conseguem, por exemplo, distinguir entre os sentimentos de uma pessoa que chora de tristeza daqueles de outra pessoa que chora de alegria.

Adaptando o comportamento

Essas informações já utilizadas para que o robô adapte seu comportamento e até sua aparência para contrabalançar a emoção demonstrada pela pessoa. Ele pode, por exemplo, mudar seu comportamento para parecer menos ameaçador, e até mesmo se retirar do local, se necessário.

O objetivo do projeto, que envolve 25 especialistas de seis países europeus, é fazer com que os robôs tenham empatia, ajustando-se às emoções humanas, o que poderá facilitar sua aceitação no dia-a-dia das pessoas.

Robôs simples de comportamento complexo

Os robôs propriamente ditos são muito simples, disponíveis no mercado ou construídos pelos pesquisadores com peças que se pode comprar no comércio.
Mas a sua inteligência reúne técnicas de sistemas adaptativos, psicologia comparativa e desenvolvimental, neurociências e etologia - enfim, todas as ferramentas que os cientistas dispõem para estudar o comportamento humano.

créditos:  Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/07/2008

sábado, 4 de junho de 2011

Rato-robô apresenta primórdios de comportamento




Robôs que "sentem" os objetos e suas texturas logo poderão se tornar realidade, graças ao projeto europeu AMouse, um acrônimo para "Artificial Mouse", ou rato artificial.

Os pesquisadores, da Itália, Alemanha e Suíça, desenvolveram um robô sensorial, baseando-se nos supersensíveis "bigodes" dos ratos. Eles criaram vários sensores, a partir dos vários tipos de bigode. Para testá-los eles utilizaram a conhecida plataforma robótica Khepera, disponível comercialmente.

A idéia inicial é bastante simples: os cientistas testaram uma grande variedade de materiais para a construção dos bigodes, de plástico até fios de cabelo humanos. Os bigodes artificiais foram conectados ao condensador de um microfone.

Quando o sensor-bigode encontra um objeto ou superfície, ele deforma o diafragma do microfone de forma facilmente mensurável, permitindo que os cientistas monitorem os sinais característicos de cada superfície em particular.

Testando os diversos materiais e comprimentos dos sensores, os pesquisadores finalmente chegaram a uma configuração ótima, que produz os melhores resultados.

Rato-robô "phone home"

O mais entusiasmante, entretanto, ainda estava por vir. Quando os pesquisadores utilizaram os novos sensores em conjunto com outros, como sensores de luz e câmeras, eles obtiveram um detalhamento inusitado dos dados coletados.

O mix de informações dos diversos sensores revela como as diferentes fontes de dados alteram umas às outras e como elas se combinam para oferecer uma percepção clara de qualquer objeto. Alguns robôs chegaram a apresentar um princípio de comportamento.

Esse comportamento emergente é uma característica primária da vida. Em sistemas biológicos, a combinação de várias informações, tal como o tato e a visão, reforça rotas neurais específicas. Essas rotas tornam-se dominantes e podem fazer com que uma entidade "se comporte" de uma forma característica.

No AMouse, o resultado desse comportamento emergente foi uma espécie de "sentido do lar", um comportamento natural de volta ao seu lugar de origem, sem que os pesquisadores necessitassem programá-los para isso.

"Essencialmente, nós colocamos os sensores e então os conectamos ao cérebro do robô, isto é, à sua CPU. Nós apenas os ligamos, sem dar-lhes instruções de qualquer tipo," diz Simon Bovet, um dos estudantes envolvidos no projeto. Depois de ligados, os robôs começaram a se mover pela sala, mas sempre retornaram ao seu ponto de partida.

Esse comportamento emergente poderá ajudar a construir robôs que evoluam, além de permitir aos pesquisadores entender melhor os princípios do comportamento humano. "Nós podemos estudar rotas e codificação neural em uma máquina de uma forma que seria impossível fazer em um ser humano. Em um robô, nós podemos isolar uma rota neural específica para ver o que acontece aos outros neurônios quando nós acionamos um neurônio específico. Em humanos, se nós estimulamos um neurônio, ele irá ocasionar mudanças em um grande número de outros neurônios, tornando impossível acompanhar o que está acontecendo," explica o professor Andreas K. Engel.

A equipe do Dr. Engels agora irá iniciar um novo projeto, já batizado de POP ("Perception on Purpose") que irá se basear na neurociência desenvolvida com o AMouse, procurando entender melhor como o cérebro humano funciona. Para isso, é claro, eles planejam construir robôs que avancem em relação ao AMouse, com comportamentos mais complexos.

créditos: Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/11/2005