terça-feira, 16 de novembro de 2010

Robôs orgânicos, órgãos artificiais e inteligência artificial. Será possível?

Exterminadores do futuro, replicantes de prazer básico, filhos adotivos. No cinema, os robôs já exerceram todos os tipos de função imaginados. Na vida real, bom, eles ainda não fazem muita coisa. Desfilam, cuidam de idosos, resgatam pessoas e... abrem geladeiras.

"A inteligência artificial evoluiu numa velocidade menor do que se previa", explica João Antonio Zuffo, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. "Hoje existem apenas sistemas especialistas, como o Deep Blue, o robô que derrotou o enxadrista russo Kasparov. Acredito que a partir de 2020 já esteja bastante evoluída, uma inteligência artificial como se fosse humana". Aí sim teríamos replicantes como Blade Runner e robôs sentimentais como em Inteligência Artificial (bom, alguns robôs já pensam sozinhos)

Mas essa tecnologia não se resume apenas a criar novos seres, mas também em aplicações em seres humanos. "Pode-se falar em microrrobótica e nanorrobótica, como robôs orgânicos e máquinas orgânicas para combater doenças", diz o professor Zuffo. Isso seria um passo para a criação de órgãos artificiais que sejam naturalmente aceitos pelo organismo, pois seu combustível seriam açúcares, como no corpo humano.

E apoiando-se nessa tendência de convergência das ciências, a coisa vai mais longe mesmo. Shozo Motoyama, especialista em História da Ciência da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, aposta em tecnologias biomédicas apoiadas no desenvolvimento da biologia molecular, genética e informática. "Ou seja, dentro de mais ou menos meio século, o nosso conhecimento da biotecnologia aliado ao avanço informático-computacional proporcionará não só a cura das doenças como aperfeiçoará biologicamente o ser humano que só morrerá por causa da sua própria burrice e egoísmo", aposta o professor. Na prática, seriam chips de DNA e proteína que atuariam como remédios personalizados, já que os remédios atuais são "universais", ou seja, todo mundo toma o mesmo medicamento mesmo possuindo organismos diferentes.

Pode ser que a gente não tenha replicantes rebeldes em nossa companhia tão cedo, mas podemos ter microrrobôs dentro da gente cuidando da nossa saúde. Ao mesmo tempo assustador e reconfortante.

LUIZ FUKUSHIRO | Do UOL Tecnologia       03/04/2009 - 07h02

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